Sou um arquipélago
Ousei sonhar que as partes de mim
se fundissem um dia,
aspirando a ser mar
em vez de terra.
Sei agora que cada uma de mim
se isola e vislumbra as outras,
só por vezes,
com a precisão da distância.
Sou o mar, também,
mas só quando como agora
me abandono ou acho.
É finalmente mais nítido
que é preciso o tempo do desvio
para a sensação do reencontro.
Torna-se mais claro
que não desapareço,
apesar das chuvas de Verão,
e que a vida tem raízes cruas
numa afirmação.
Em resumo eu penso
que todo o texto se desenrola
na tentativa frustrada
de uma simplificação.
Ana Roseira, São Miguel, 2009
sexta-feira, 20 de março de 2009
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